Matheus não era bem o exemplo de homem perfeito. Era mulherengo, sem emprego, sem estudo e totalmente sem juízo. Apesar de muito bonito (ou bonito dentro do meu gosto estranho), nunca nenhuma garota queria ter algo a mais com ele. É bonito, mas não é o tipo de rapaz que se leva para casa.
Apesar de namorar um tipo “super namorável” (bonito, bem empregado, estudante, bom namorado e sem nenhum senso de humor), não conseguia deixar de prestar atenção naquele Matheus de cabelos cacheados. Achava graça das suas piadas desnecessárias e da brincadeira de trocar as coisas de lugar, só para confundir mesmo. Secretamente, morria de inveja das garotas que passavam noite com ele.
Mas eu tinha um namorado e Matheus, como eu disse, não era nada além de uma atração. Porém um dia ele me conquistou. Estávamos vendo um filme – eu, ele e o meu namorado super namorável - e houve uma situação que precisava ser resolvida: Louças sujas na pia e uma sogra que as queria lavadas.
O meu namorado super namorável era um exemplar de garoto mimado e decidiu que não lavaria aquele monte de pratos sujos. E ele também não queria que eu os lavasse, porque eu nem tinha nada a ver com aquela bagunça toda. Ou tinha? Nem lembro mais...
Era jovem demais para assumir uma atitude que desapontasse o bofe (apesar de Matheus, eu era apaixonada pelo meu namorado) e fiquei sentadinha ao lado dele. Matheus, o rapaz sem juízo, levantou e lavou tudo, secou, guardou e resolveu o problema. E nesse dia eu vi que por trás das piadas e da fila de mulheres dispostas a um romance por uma noite, havia um cara bacana, que não foge do problema e que não encana por qualquer coisa.
E é isso que a gente espera de um homem: Atitude. Queremos alguém que não provoque uma briga por vaidade. Queremos alguém capaz de ceder. Queremos um homem que assuma uma situação, mesmo que ela não tenha nada a ver com ele. Queremos um homem que lave a louça só para que a gente não estrague as nossas unhas. E que essa atitude não estrague o clima de domingo a noite.
Eu tive um romance com Matheus. Em outro momento, é claro. E ele me mostrou ser melhor do que o rapaz que lavou a louça num domingo a noite. Se um dia eu fui apaixonada com borboletas no estômago e tudo que uma paixão dá direito, foi por ele. Talvez um dia eu escreva sobre esse reencontro e sobre todas as outras coisa que aprendi com ele. No momento prefiro guardar esses dias só pra mim.
* O nome do Matheus não é Matheus, obviamente.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2012
A história de Matheus.
Acho muito brega a forma como as pessoas contam as histórias de amor. A história de Matheus não é uma história de amor e sim uma história que eu uso para dar uma dica sobre o que nós, mulheres, queremos de um homem.
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