sexta-feira, 25 de maio de 2012

Não despreze as asas que tem


Sou daquelas pessoas que dão asas à quase todas as suas loucuras, esquisitices e desejos secretos. Não consigo ficar na vontade. Não gosto. Mas para ser sincera, já me ferrei a beça por ser assim. A vida costuma ser bastante impiedosa com aqueles que desafiam as suas vontades.

Não aconselho ninguém a fazer metade das insanidades que fiz. Mas acho que ter uma vida previsível demais também deve ser muito sem graça.

A gente vive uma vez só. E ainda assim, não sabemos quanto tempo essa vida vai levar. Pode ser 80 anos ou 80 dias.

E da vida que se teve, o que de fato foi vivida?

É por isso que eu não aceito, não concordo e não entendo quem aceita uma vida ou menos. Não entendo quem se casou com o 1o namorado, quem nunca tomou um porre e quem não tem nem um mísero arrependimento. Não entendo quem nunca jogou tudo por alto por uma paixão (mesmo que tenha sido para quebrar a face) e quem nunca correu atrás de um sonho, um desejo ou apenas uma certeza. Não entendo quem nunca foi até determinado lugar só para ver algo (ou alguém) com seus próprios olhos. Quem nunca chorou no escuro, tentando amenizar um sofrimento. Quem nunca se orgulhou do próximo. Quem nunca tentou abraçar o mundo. Ou ajudar alguém. Quem nunca foi em uma exposição de arte sem ter a menor ideia do que iria encontrar. Quem nunca comeu quiabo. Quem nunca aprendeu com os próprios erros.

Não entendo quem não tem nada para contar. Essa conversa de se casou e viveu feliz para sempre como as princesas de contos de fadas é muito chata. Eu quero sangue correndo na veia, coração batendo forte e adrenalina. Mesmo que isso me cause uma úlcera um dia.

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